domingo, 2 de agosto de 2015

Para um amigo.

Tudo bem você ter outro alguém 
Só quero te lembrar que você é meu amigo 
Esse não era o combinado contigo?
Não temos nada a temer.  

Entre, sacuda e me mostre que lá fora
Existe uma escola
Pra quem tem medo de viver. 

Me relembre como é ter você por perto de novo  
Me ajude a ser feliz mais um pouco  
Seja meu caso escondido outra vez. 

Você é o responsável por esse tormento
Que é jogar contra o vento  
Algo que nunca me pertenceu 

Abro mão dessas minhas memórias
Dessas minhas tão inventadas histórias  
De um passado que é só meu.   

Como eu poderia ter a pretensa ideia que coisas tão insólitas  
Pudessem durar mais que eu  
Mais que você?

Sigo então o meu rumo de novo
E a vida me mostra mais um pouco
Que eu não posso terminar o que nunca comecei. 

terça-feira, 3 de junho de 2014

Um ode à decepção.

O erro, por um momento nos fragiliza. Os olhos marejados de lágrimas, o coração na mão. Dói, eu sei, mas logo em seguida nos tornamos fortes. Olhamos pra trás e superamos. Respiro fundo e sigo. Fica aquela estranheza, aquela sensação de perca de tempo, de impotência, de remoer o que aconteceu, tentar entender, mas passa. O sopro daquilo que nos atinge vem, levanta aquela poeira do nosso coração, abala aquilo que mais acreditamos, mas então vai embora. Vai embora como a brisa que sacode as folhas no verão. Vai embora. Nossa dor então se transforma em algo. O objeto da nossa dor começa a perder o sentido. Passa por mim, mas não me penetra. Olha pra mim, mas não me atinge.  Já não me entristece, não me aborrece, não me tira o sono.
As vezes a decepção é a melhor coisa que nos acontece. Ela nos poupa de continuarmos perdendo tempo. De persistir no erro, de ficar no “eu acho”, no “eu sinto que”. Ela já corta de uma vez as expectativas e nos mostra a verdade nua e crua. Está ai, agora você que se vire para digeri-la. O gosto é amargo, custa a passar, mas logo vai fazendo parte de quem somos até nos tornarmos fortes por causa dela. Depois da decepção existe um mundo novo. Chega de ficar empacados no mesmo lugar, agora é olhar pra frente. Existe aquele medo, claro. Aquela desesperança de que vai acontecer tudo de novo, novas expectativas, novas decepções. Porém, é um mundo novo e sempre existe a esperança de que agora vai ser algo diferente. Crescer é entender que o mundo não gira em torno de você. E se há duas coisas que posso dizer sobre a vida é que: ela continua. Como diria Caio Fernando Abreu:

"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo como "estou contente outra vez".

 Não importa qual seja a força da pancada de que atingiu, nem por quem foi o golpe que te apunhalou. Tudo passa e tudo pode ser novo de novo. 

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Coisas de Karine.


Engraçado, quer dizer..não tem nada de engraçado. Não vou contar uma piada aqui. Aliás, queria fazer você chorar. Porém meu drama cabe em uma lata de ervilhas. Sei bem onde está o abridor de latas, só não quero usá-lo. Temo usá-lo. Perai, que eu to falando? Bem, eu só queria aproveitar esse momento de efêmera solidão e escrever algumas palavras. Elas me consolam e me abraçam todas as vezes que preciso de alguma ajuda que nunca aparece. Só que elas nunca me representam. Um texto nunca fala sobre mim. Incrivel como mesmo depois de escrever por horas, nada, absolutamente nada do que sai parece realmente ter saído de mim. Como um filho bastardo. De quem será que puxou esses olhos puxados? De mim que não foi. Entende? Sei que estou errada, falta pouco pra acertar. A atitude está ali, pronta pra ser tomada. Não quero alcançá-la. Não quero olhar fundo nos seus olhos, me dizendo: mude. Te avisei.  Bom, talvez nada do que eu fale aqui agora faça sentido pra você. O bom de ser eu é isso, eu não faço sentido. Não tenho a pretensão de fazê-lo. Eu apenas quero aproveitar esse tempo. Ah, o tempo...(pausa profunda aqui por favor). Essa impalpável parâmetro da vida que me cerca, prende, solta, afrouxa, me sufoca, corro atrás, me escapa, me envolve, que sinto saudades e nunca o vi. O tempo sabe ser meu inimigo e amigo. Sabe ser sabido e me passar a perna. Sabe olhar na minha alma e dizer “você não sabe de nada”. Sabe me fazer voar e achar que tenho todo tempo do mundo. Sei lá. Parei pra refletir sobre o tempo essa hora da noite. Tempo que busco que almejo e não sei se o aproveito muito bem. Mas sei que o ganho estando aqui. Rascunhando algumas palavras soltas para que permaneçam na eternidade. Apesar de eternidade nada mais ser do que uma hipérbole das mais absurdas do mundo. Queria esquecer por um momento tudo que eu tenho que fazer amanhã. Eu não quero saber desse negocio de “amanhã será um novo dia”. Não quero nem respirar fundo pra não perder o ar deste presente. Esse presente agora que me enche de vida e que passa a cada segundo. Tão incrível como sou diferente. Eu tinha um plano. Eu juro que eu tinha. Agora já não tenho mais. Talvez seja a crise dos que se formam na faculdade, mas já tenho esse sentimento há algum tempo. Ando vivendo o presente demais. Mas eu quero viver. “Ah eu quero viver” como diria Castro Alves. Essa coisa que eu passo agora. Essa coisa que respiro e vivo. O agora. Na verdade queria escrever um texto grande, só pra ver se no meio dessa bagunça sai um pouco do que eu sou. Sei que ninguém lê muito isso daqui, quiça um texto com pouco mais de cinco linhas. Acho que ninguém tem a curiosidade de saber exatamente quem eu sou. Aliás, nem eu mesma sei direito. Só queria que pra alguém que tivesse interesse, ao menos se desse o trabalho de ler e prestar atenção. E assim aprender a fazer com tudo que está o seu redor. Pra começar a me entender, primeiro tente observar o mundo. Eu quero aproveitar. Eu quero fotografar com meus olhos cada momento. Eu paro e fotografo, com a câmera fotográfica da memória. E como as memórias são importantes pra mim. Tanto que nem sei falar. Me apego a lugares, a coisas, a espaços, muito mais que até mesmo pessoas. Me apego a ruas e cheiros, a musicas e sensações. Coisas de Karine, como diz minha mãe. Coisas de Karine.  
Sabe o que é bem minha cara? Esquecer as coisas. Tá, agora eu pareci contraditória. Como eu memorizo tudo e esqueço de tudo? Não dá pra explicar, se eu soubesse nem tinha um blog pra ao menos tentar me entender. Uma coisa que é minha cara é dar bolo também. Não que eu goste, mas essa coisa de querer agradar tudo e a todos me faz nunca dizer não. Não não tem no meu vocabulário. Aliás, ele só aparece (e como aparece) se for pra arriscar a fazer algo no campo amoroso. Ai ele vem de cachoeira. “não vamos não” “acho que não é uma boa” “não somos amigos?” Bom pra isso ai o não nunca falta. Começo a ficar triste. Começo a adoecer, é só entrar nesse campo que começo a esmorecer. Bom, esse texto começou nem sei qual era o propósito mesmo, sei que eu não queria falar de mim. Mas como tudo acaba girando na minha cabeça em torno de mim, mesmo que eu negue isso, acabou que virou sobre mim mesmo. Aliás, não tinha como deixar de falar sobre mim. Nada é sobre os outros, nada. Freud talvez me explicaria. Enquanto não conto com ele, basta a você leitor ( se é que você existe) a ser meu psicanalista  Sei que é um papel que ninguém deveria tomar (não remunerado) mas infelizmente você teve a infelicidade de cair nessa página e , mais infelicidade ainda, neste texto. Sei que parece meio louco. Talvez não fez sentido, mas você ajudou. Ah, se ajudou. Obrigada. 


domingo, 6 de janeiro de 2013

"Quando a vida de te der limões, faça limonada"

Onde Deus esteve na bomba de Hiroshima, onde esteve quando o Césio 137 se espalhou, nos atentatos terroristas, nas guerras mundiais? Bom, uma boa limonada explica bem isso. Uma vez li a frase: "Quando a vida de te der limões, faça limonada"
Ora, quando a li sempre achei legal pensar que algo tão amargo pode virar algo doce. Já imaginava aquela limonada deliciosa descendo pela garganta. Lembrava como eu gostava de limonada e como detestava colocar um limão azedo na boca. Achava legal, uma dessas frases que a gente coloca nas redes sociais mas nunca para mesmo pra refletir. O que realmente eu quero dizer é que essa frase tem mais poder do que possa parecer. Ela nos diz que o poder de transformar algo ruim em algo bom está em nossas mãos.
Há quem pergunte: Onde Deus está?
Em um mundo sem cor, Deus nos dá tinta.
Em um mundo escuro, ele nos dá a lâmpada.
Quando queremos chegar a algum lugar, ele nos dá a escada.
Ele próprio diz que é o caminho, mas somos nós que temos que trilhar.
Então quando perguntarem onde Deus está nas situações mais adversas, tente se perguntar onde você esteve quando elas aconteceram.
Quando te perguntarem porque você não tem sucesso em algo que quer, tente se perguntar como você tem usado aquilo que Deus já te deu.
Um novo ano se inicia e quando ele te der caneta, devolva poesia.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O erro de não errar.

Eu não queria ter acertado tanto. Eu queria voltar atrás e errar. Eu queria ter errado. Eu queria ter sido errada. Eu queria ter vivido todas aquelas loucuras que eu não vivi. Eu queria ter pulado de paraquedas enquanto eu podia. Eu queria ter vivido um amor que eu nem cheguei a sonhar. Eu queria ter me sucumbido. Eu queria ter chorado mais. Eu queria ter quebrado a cara. Eu queria me arrepender do fundo da alma. Eu queria sofrer por amor e não receber ligações. Eu queria ter querido morrer. Eu queria sentir cada pedaço meu desfalecer. Eu queria ter errado duas vezes e ter cometido o mesmo erro outra vez. Eu queria ter agido pela emoção. Eu queria ter te ligado mesmo parecendo fraca. Eu queria ter dado minha cara a tapa, queria dar murro em ponta de faca. Eu queria ter feito besteiras, dizer loucuras infames. Queria ter sido xingada, queria ver nome morrer na praça. Eu queria não agradar tanto. Eu queria ter sido uma adolescente que fugiu de casa. Eu queria adoecer de amor. Eu queria me arrepender até sentir dor. Eu queria olhar meu rosto no espelho e me arrepender. Eu queria perder o fôlego. Eu queria ter dado uma chance pra todas as loucuras inconsequentes que eu não vivi.  Eu queria saber o que é querer morrer por alguém. Eu queria ter errado, e foi nisso que eu errei.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Dona Humildade, pode entrar...

Ao convidar a humildade para entrar na sua vida, tenha cuidado. Ela tem a mania de desmistificar tudo aquilo que você acha que é. Faz você perceber que não está sozinho; há pessoas bem melhores, em todos os aspectos, que você. Faz você olhar para si mesmo e entender que nada disso que você tentou aparentar ser, é aquilo que você é. Faz você admitir seus piores defeitos e traumas. E se aceitar assim, humano como é. E isso talvez seja um dos maiores desafios que você possa enfrentar. Faz então, perceber que você é feito de carne e osso. Limitado. Sim meu amigo, tome muito cuidado. Tome cuidado principalmente quando ela entrar e você perceber que ela está lá. Aconchegada em algum canto do seu ser. Sim, você vai saber, mas então já não mais nada restará. Pois no momento que você pensa que a tem, ela já não está mais lá.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Pronto falhei.


As vezes acho que tenho coração demais e outras coração de menos. Acho que me cobro demais tentando agradar as pessoas e tudo parece um incrível desapontamento. Sinto que estou desapontando tudo e todos a todo o momento. Talvez eu queria agradar sempre. Mas a sensação que eu tenho que ninguém está satisfeito. Sempre sou distante, o erro sempre foi meu. Nunca esta perfeito, nada é cem por ento. Parece que o meu fracasso é  todo mundo conseguir ter uma vida sociável normal e eu não. Sou estranha. Sou louca  e quem não tem um pouco de loucura em alguma parte da vida? Acho que minha falha deve ser essa. No relacionar. Simplesmente é uma tarefas das mais árduas pra mim. Receber carinho e afeto principalmente. Ligações. Ah, ligações. Por favor, quer me agradar não me ligue.l não mantenha contato. E se estou te amando com certeza não estou mantendo contato. Se não te ligo, provavelmente te amo. Se sou fria, provavelmente você vale muito pra minha vida. Não sei o que ocorre, mas existe algo nos relacionamentos que me sufocam, me atrapalham. Quase uma inanição. Enchem todo o espaço da minha vida. Quando estou em um relacionamento quero sair, quero ir, quero voar, me deixe respirar pelo amor de Deus. Não me ligue, por favor. Não me mande mensagens, não, não.  Desapegue de mim por um momento. Deixe me respirar. Não mantenha contato, não mande postais.  Deixe-me livre, mas me ame completamente. Seja fiel a mim como da ultima vez que nos vimos.
Talvez o tempo não passe pra mim. O tempo talvez pra mim seja sim, realmente, relativo. É como se a pessoa me deixasse do jeito que ela deixou. Nada muda pra mim. Mas pras pessoas, ah..pras pessoas. O tempo é uma catástrofe, um furacão de mudanças. Tudo muda se o tempo passa. Mas eu não. Eu o congelo. Eu o aprisiono e  nada faz diferença. Principalmente no que se trata de relações com as pessoas. Parece que deixei as pessoas no lugar em que as deixei. O sentimento é o mesmo. E sei que pras pessoas não é. Não é mesmo. Venho sofrendo reclamações constantes, de umas vozes afônicas que de vez em quando dão um leve farfalhar de pequenas indignações, mas nada muito catastrófico. Isso incomoda mesmo na relação a dois. Homem e mulher mesmo. Não consigo. Preciso de distancia. Preciso de espaço. Preciso como o ar que eu respiro.
Talvez eu não tenha maturidade o suficiente pra encarar as pessoas e que elas precisam de afeto. Talvez eu não consiga administrar muitas coisas da minha vida ao mesmo tempo. Talvez eu não achei alguém que eu ame de verdade pra doar meu tempo. Só sei que é um sacrifício enorme, pegar o telefone e atender. Responder, dar satistfação, dizer bom dia, boa tarde e boa noite. Pra que isso? Talvez eu não sinta necessidade disso e preciso de alguém que entenda isso.  Talvez eu ame tanto as pessoas que pra mim não importa se ela me liga ou não, minhas relações nunca mudam. Talvez eu tenha medo de me relacionar de verdade, plenamente. Talvez seja só um traço da minha personalidade, ou talvez eu realmente precise de cura. No meu  mundo isso não chama desapego, indiferença ou frieza. Isso pra mim é outra coisa.  Gosto de ver o tempo passar e passar.
O tempo talvez seja meu pior inimigo. Gosto de aprisiona-lo. Amo relembrar minhas memórias. Tenho um apego excessivo a lugares. Lugares. Quantas vezes já me peguei indo e voltando a lugares que passei. Pareço uma psicopata atrás de memórias. A ponto de ficar olhando pra um lugar nostálgico por horas. A ponto de querer reviver e tremer por relembrar do que já passei. É de perto eu não sou normal. Nem um pouco. E isso é um desabafo. Talvez eu seja tão louca que preciso disso pra manter minha normalidade. É isso. Chegou ao ponto de que nada que eu acrescentar vai mudar alguma coisa. Pronto falei. Pronto falhei.